Anitta critica venda de áreas verdes em Salvador: 'erguer mais prédios não é a melhor escolha'
18/04/2025
(Foto: Reprodução) Artista se posicionou nas redes sociais dois dias depois que a Justiça Federal suspendeu leilão de área verde no bairro da Barra, onde fica um dos circuitos do carnaval da cidade. Anitta critica a venda de áreas verdes em Salvador
A cantora Anitta se posicionou contra o leilão de áreas verdes em Salvador. Em vídeo publicado nas redes sociais nesta sexta-feira (18), a artista pediu a atenção do prefeito da cidade, Bruno Reis, e de outras autoridades do município. [Veja vídeo acima]
"Usar o potencial construtivo de áreas verdes para erguer mais prédios não é a melhor escolha para a população" , afirmou a artista, que usava uma camisa com a palavra "preserve" estampada.
O conteúdo foi publicado apenas dois dias depois que a Justiça Federal suspendeu o leilão de uma área verde de 3.160 m² no Morro do Ipiranga, no bairro da Barra, um dos mais conhecidos da cidade. O local fica no circuito mais famoso do carnaval e o lance mínimo do terreno era de R$ 4,9 milhões.
Segundo a Justiça Federal, a suspensão do leilão se deu por dois motivos: a área leiloada está em uma encosta com vegetação nativa de restinga, pertencente ao bioma Mata Atlântica, e apresenta risco de erosão e instabilidade do solo.
A decisão destaca que a lei municipal de 2023 que autorizou a venda não cita que a área tem uma restrição ambiental, o que gera insegurança jurídica. Os procedimentos para a realização do leilão eletrônico foram publicados em 6 de fevereiro de 2024, no Diário Oficial do Município.
"É preciso respeitar os limites, cuidar da natureza e respeitar as áreas verdes que ainda temos no nosso país. A gente sabe que a crise climática é verdadeira e a gente precisa cuidar de nossas áreas verdes", destacou Anitta.
Área verde que seria leiloada pela Prefeitura de Salvador fica no circuito de carnaval da Barra-Ondina
Reprodução/Redes Sociais
Essa não foi a primeira vez que o tema ganhou repercussão na capital baiana. A venda de terrenos é discutida há mais de 10 anos e a Câmara Municipal aprovou dois projetos de lei sobre desafetação: o primeiro, em 2014, e o segundo em 2017.
Entre os três anos que separam os dois projetos de lei, 16 terrenos foram vendidos e arrecadaram R$ 82 milhões aos cofres públicos. Na época, a gestão municipal afirmou que parte da verba arrecadada com a venda das áreas foi aplicado nas obras do Hospital Municipal.
A lei nº 9233/2017 decreta a desafetação de 32 imóveis, sendo 29 deles terrenos. As localizações incluíam bairros nobres de Salvador, como a Barra, Itaigara, Canela e Caminho das Árvores.
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